domingo, 24 de janeiro de 2010

O jornalista da vossa beleza



Como sempre, e como não poderia deixar de ser em relação às produções do TUM, a angústia é sempre a mesma: um espectáculo demasiado grande para um auditório demasiado pequeno. Ou seja, como chamar de cultura underground nortenha aquilo que são simplesmente os melhores momentos de palco aos quais podemos assistir neste país à beira mar plantado que mais parece areia onde não se consegue semear nada que cresça saudável? A poesia estonteante, profusa e visceral de João Negreiros e as interpretações avassaladoras, trabalhadas até ao âmago de cada actor, sofridas (bem sei...) expostas a um público demasiado pequeno, demasiado insignificante. Tão demasiadamente insuficiente que às vezes até parece que passamos "tantos nanossegundos correndo desesperadamente para não sei bem onde/ fazer não sei bem o quê  com não sei quem  sozinho " (Queda Live)
Simplesmente demasiado bom, dói.


1 comentário:

Unknown disse...

O TUM tem desenvolvido um excelente trabalho a nível cultural. Sou ex-estudante do IPVC e já fiz um trabalho à cerca de um ano e meio sobre o trabalho TUM , sabia que iam chegar longe, sabia que tinham muita qualidade, mas também sabia que por vezes nem sempre é fácil quebrar as barreiras instituídas. Mas vocês fazem-no. Estou neste momento a trabalhar em Lisboa, e mal soube pelo facebook que vinham cá, à Fábrica Braço de Prata fiquei muito contente, pelo TUM e por mim que tinha oportunidade de os ver de novo.
vi o "O segundo do fim", e depois "inspiração é respirar", e continuam em beleza com este "jornalista".
Que continuem em grande, o voo deles é muito sério e precisam de chegar a mais pessoas, gosto da cena de "democratizar a arte", aliás acho que são os únicos que o dizem e o fazem. A vossa carreira chega a todos.
Concordo contigo quando dizes que se faz o melhor teatro do país num lugar onde não cabe de si com tanta coisa para dar.
Demasiado bom!
Parabéns também pela escolha dos textos é brutal!
Ana Sofia Cerqueira