quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Cidade Cinza, livro de ficção de Sara F. Costa






 Das novidades literárias. 


Sai em fevereiro o meu romance “Cidade Cinza”. Será lançado no Correntes D'Escritas 2024 chancela da Editora Labirinto


Quem anuncia é o Hoje Macau

https://hojemacau.com.mo/2024/01/24/literatura-sara-f-costa-lanca-o-seu-primeiro-livro-de-ficcao-em-fevereiro/


Fiquem atentos! 😎


“A história interliga-se com as próprias vivências da autora, que residiu em Pequim, onde estudou mandarim. Segundo um comunicado, este é um “romance experimental”, onde os elementos da história não são colocados ao acaso e todos “são, de alguma forma, autobiográficos, embora dificilmente o leitor conseguisse decifrar tais elementos porque a história parece passar-se num sítio sem tempo nem espaço”.


Descreve-se ainda que o estilo narrativo é inspirado “na própria prosa contemporânea chinesa e em escritoras um tanto desconhecidas para a maior parte do público português como Can Xue ou Shen Dacheng”. Mas há espaço também para as influências de nomes como Jorge Luís Borges, Samuel Beckett ou Italo Calvino.


No primeiro capítulo de “Cidade Cinza”, descreve-se um condomínio como “uma espécie de criança impossível, atravessada entre os dentes”, onde “nenhum rosto humano [está] ao abrigo da dialéctica”. Foi para este condomínio que se mudaram os pais de Maddy, a personagem principal que tenta descobrir os meandros desta cidade de cor cinza.” Andreia Silva


Sara F. Costa é escritora, tradutora e professora universitária. O seu livro publicado pela Labirinto, “A Transfiguração da Fome” obteve o Prémio Literário Internacional Glória de Sant’Anna para melhor obra de poesia publicada em países de língua portuguesa em 2018. A autora tem textos traduzidos e publicados em mais de sete línguas em várias publicações literárias por todo o mundo. Como poetisa europeia emergente, participou no Festival Internacional de Poesia e Literatura de Istambul 2017. Em 2019 foi autora convidada da segunda edição do “Chair Poetry Evenings” em Calcutá, India. Em 2021 foi uma das figuras centrais do maior festival literário da península ibérica, o Cosmopoética. Trabalhou com o Coletivo Artístico de Pequim Spittoon e é atualmente membro da direção da APWT (Asian-Pacific Writers and Translators). Conhecida pela sua poesia, Cidade Cinza é a primeira incursão da autora no género narrativo. 


terça-feira, 22 de novembro de 2022

Lançamento na Índia

 Em 2020, um conjunto de poemas meus escritos em Pequim foram selecionados para a publicação “Meridian – Writing Outside the Frame” da Asia Pacific Writers & Translators.

O lançamento da publicação deveria ter acontecido no encontro anual da APWT desse ano que, entretanto, foi adiado dois anos.
Sábado, faço as malas e parto para a Índia. Desta vez, não só para apresentar esta antologia mas também para lançar o meu próprio livro "River-Being, Bodily-God" publicado pela editora independente de poesia de Nova Deli, Red River, a quem fui recomendada pelo meu caríssimo Ashwani Kumar, colega de antologia e poeta que conheci em 2019 em Calcutá no Chair Poetry Evenings.
O Festival que ficou com o nome da antologia " Asia Pacific Writers & Translators - Writing Outside the Frame" decorre de 28 a 30 de novembro e contará com a presença de escritores como Ma Jia, Geetanjali Shree, Victor Mallet, entre outros.
Sobre o livro que dei a ler à minha cara Arundhathi Subramaniam, obtive estas palavras:
"This torrential flood of poems takes us to those places of wondrous catastrophe, where blood meets the stars, muscle meets metaphysics, and ‘the essence of all things’ meets ‘the purest oxytocin.’ Shorn of cliché and fiercely human, these are poems of mercurial vitality and aliveness."
O lançamento do livro está marcado para 28 de Novembro pelas 15h na Bangalore School of Liberal Arts A apresentação está a cargo da fabulosa poeta Vinita Agrawal!
A minha presença no festival vai também passar por outras iniciativas como leituras de poesia e particiapção em painéis.
Bangalore não fica ao virar da esquina, mas ficam os meus amigos igualmente convidados para esta aventura!
Por fim, estou contente com a publicação deste livro auto-traduzido que conta com a ilustração da Constança Araújo Amador, tal como na edição portuguesa da Editora Labirinto e estou, sim, talvez, como sempre, com muita vontade de voar! Até já!


















sábado, 24 de setembro de 2022

 

Lançamento do livro “Ser-Rio, Deus-Corpo" de Sara F. Costa  

 Sábado, 12 de novembro, 16h 

 

A Editora Labirinto, a autora Sara F. Costa e o Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos convidam todas e todos a participar no evento do lançamento do novo livro de Sara F. Costa, “Ser-Rio, Deus-Corpo". A apresentação do livro está a cargo de Emanuel Madalena. A sessão contará com leituras de Francisca Camelo, Luiza Nilo Nunes, Luís Aguiar e Tiago Moita. Na sequência da apresentação do livro instigar-se-á o debate “artistas em puerpério” com a presença de Constança Araújo Amador e Grabriela do Amaral.  

 

Ser-Rio Deus-Corpo é o sexto livro de poesia original de Sara F. Costa. A poesia da autora de trinta e cinco anos é já um fenómeno que trespassa fronteiras. Os seus textos têm vindo a ser publicados e traduzidos um pouco por todo o mundo, tendo a autora sido convidada para participar em festivais literários em países como Espanha, Polónia, Turquia, Índia e China. O seu livro “A Transfiguração da Fome” obteve o Prémio Literário Internacional Glória de Sant’Anna para melhor obra de poesia publicada em países de língua portuguesa em 2018. Sara F. Costa, fluente em mandarim, publicou uma antologia de poesia chinesa contemporânea por si organizada e traduzida, fruto do contacto com os meandros literários e artísticos de Pequim, onde viveu até 2020.  

Em 2021 foi-lhe atribuída uma das competitivas bolsas de criação literária financiadas pela DGLAB (Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas) do Ministério da Cultura Portuguesa. Fruto desse trabalho surge a obra que se apresenta“Ser-Rio, Deus-Corpo", editada pela Editora Labirinto de Fafe que se consolida, há mais de vinte anos, como uma casa de referência na afirmação de novos valores literários da contemporaneidade portuguesa.   

  

As mães que não sabem pegar num carro e parir contra os sonhos. Objetos de vindima, crisântemos imediatos. A arte de se ser puro até se ser paisagem. Uma primavera imóvel ao ritmo das ondas. Então, lá vão elas iniciar uma nova jornada. Vão até às esquinas dos silêncios parir sozinhas. Lá estão elas, incansáveis, infinitas, absolutas, sem autorização para pausas.   

Sara F. Costa em Registo Civil (Ser-Rio, Deus-Corpo, Labirinto, 2022) 

  

Em “Ser-Rio, Deus-Corpo" a autora incorpora vários registos poéticos de tradição simbolista, surrealista, imagista e objetivista interpretando a psique e a índole humana a partir do corpóreo.   

Na carta que preparou para a candidatura à bolsa de criação literária, a autora apresentou assim o projeto:  

  

“O presente projeto de escrita poética apresenta-se como uma ode à fertilidade. Como as celebrações do Beltane na cultura celta, Ostara na cultura nórdica ou as celebrações do festival Kanamara, segundo a tradição xintoísta japonesa, sendo simétrico a este último, uma vez que é um trabalho sobre a criação intrauterina, do ponto de vista estritamente matriarcal.    

Os temas que se relacionam com a maternidade começam a surgir nos movimentos literários ocidentais a partir da década de setenta do século passado, quando surge a segunda onda do movimento feminista. Pretendia-se combater as prenoções que sentenciavam certos tópicos como inapropriados enquanto motivos literários.   

A maternidade tardou a ser vista como possibilidade de exposição poética, não apenas devido às justificações do contexto inerente a sociedades patriarcais, mas também porque se situava na esfera privada segundo a conceção filosófica grega de Platão – dicotomia Oikos/Polis - ou, como colocou séculos depois Hannah Arendt, “a distinção entre uma esfera de vida privada e uma esfera de vida pública corresponde à existência das esferas da família e da política como entidades diferentes e separadas.” (ARENDT, 2007, p. 37).  

A necessidade de compreender o significado da existência de uma poesia escrita especificamente por mulheres resultou do facto de outras formas de crítica terem assumido quase automaticamente que o poeta é um homem e, por isso, estabelecido como universais os conceitos de vocação poética, tradição e forma que implicam tacitamente normas masculinas.  

Na era vitoriana, a poesia escrita sobre “as mães” ganhou uma certa popularidade, não deixando, no entanto, de retratar um ideal de mãe como uma personagem unidimensional, uma mártir e uma “protetora da casa”. Aquilo a que Gertrude Stein chamou “patriarchal poetry” funcionava como um sistema que silenciava as mulheres e as excluía do cânone modernista.  

Sobre o papel da literatura na segunda onda do feminismo, a poetisa Sharon Olds recorda a resposta de um editor na década de 1970, quando ela apresenta poesia sobre maternidade: “The editor would sayif you wish to write about your children may we suggest the Ladies Home JournalWe are a literary magazine.”3  

Felizmente, as últimas décadas incorporaram uma emancipação de expressão que permitiu às mulheres escreverem sobre a gravidez, o nascimento e a maternidade de uma forma livre, permitindo-lhes explorar através deste tema todos os aspetos da criação literária.   

A história da poesia contemporânea em Portugal é a prova da importância da figura da mãe e dos seus filhos e filhas enquanto motivos literários. Autores como Eugénio de Andrade, Florbela Espanca, Fernando Namora, António Osório, Antero de Quental, Carlos Drummond de Andrade, Valter Hugo Mãe ou António Nobre são alguns exemplos de poetas que escreveram sobre as mães e a maternidade. A procura da génese e do sentido existencial é feito a partir das reflexões sobre o nascimento e sobre as mães na poesia de Daniel Faria e Herberto Helder. A mulher e a sua gravidez devem, no entanto, ter palco na primeira mão.  

A mãe-poeta não é uma personagem muito presente, a mãe é mais representada por autores masculinos do que femininos.  É o objetivo deste presente trabalho trazer a representação da mãe que não precisa de ser representada porque o é. A poeta que é universal, mas é mulher.   

O presente projeto foca-se, assim, na experiência intimista de uma mãe durante o período de gestação do feto, incorporando, por vezes, elementos da tradição modernista como a objetividade, intelectualidade, abstração e distanciamento necessários para transformar a experiência em arte. Contudo, nunca abandonando um registo privado, quase doméstico, em que a voz poética procura transcender a casa-corpo.”   

Sara F. Costa  

quarta-feira, 25 de março de 2020

Poética Não Oficial, Poesia Contemporânea Chinesa", Seleção e Tradução de Sara F. Costa

A arte, enquanto alma de um país, tem o potencial de nos fornecer outro entendimento sobre um determinado povo.  
Neste livro, traduzi para português uma amostra de 33 poetas da cena literária “underground” ou “subterrânea”, isto é, não ortodoxa ou institucional (非官方诗坛) que considero de maior relevância para compreender o panorama literário da China pós-Revolução Cultural. 

Foi um longo trabalho de pesquisa e um grande desafio de tradução que me dá muito gosto em partilhar através da chancela da Labirinto. Este foi também um projeto que nasceu de um repto lançado pelo incansável editor João Artur Pinto, um verdadeiro entusiasta da independência editorial. 

Estará brevemente disponível na página da Editora Labirinto como parte integrante da Colecção Contramaré coordenada pelo Victor Oliveira Mateus 

A capa é do Daniel Gonçalves

"非官方诗坛 | Poética Não Oficial,  Poesia Contemporânea Chinesa",  Seleção e Tradução de Sara F. Costa
Fafe, Portugal: Editora Labirinto, 2020.




segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Call For Submissions / Call for Poets




You try to get around in a city with more than 20 million inhabitants. The memories of dry winters and humid summers mix with the smells of stinky tofu and sweet durian in your nostrils. When you ride down the street in your orange shared bike, trying not to bump into the Mercedes blocking the hutong or the old man with the recyclable waste coming down the wrong side of the street, you don't fully understand the Didi driver when he calls you, but you know when he's upset. You don't know how to pay for stuff when there's no internet and you have a favorite boba and a favorite place to get drunk in Gulou or Sanlitun. When you're outside the country, you wonder why can't they deliver some barbeque at 2am in 30 minutes.

Once you woke up to the sounds of funerary gongs, saw the fires laid at some of the intersections of the city and felt a kind of melancholy. A feeling comparable to the feeling of displacement and insignificance conjured by the sight of the mega buildings drowning in fog, or the city's neon lights shining in the night.

You! We want you to send us your work!

“Urban fragments” is looking for your poetic input regarding your experiences in the Jing! Send us your best piece and enter a post-modern cyberpunk experience of the power of words in the digital era.  Poetry and short fiction accepted!  

Selected writers will participate in a Digital Art: Sound & Visuals piece and an E-Zine created by the Spittoon Arts Collective. 


Send your work to: 
sarafcosta@spittooncollective.com

Deadline: 
October 20th 2019

About Spittoon:
www.spittooncollective.com