segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sem zeros à esquerda




Mais falado do que o próprio Livre, o Manifesto 3D tentou unir as forças políticas à esquerda. (BE, Livre, Renovação Comunista e Manifesto 3D) Parece-me que se tratou, de acordo com o tenho lido do Daniel Oliveira, uma tentativa que se fazia na sequência alargada da observação de outros movimentos como o Syriza na Grécia sob o realçou que o partido de Alexis Tsipras “multiplicou por seis (tinha 4,6%) a percentagem do seu partido, em apenas três anos”. 

A não convergência das forças da esquerda esteve assim em foco – não foi, certamente, surpreendente. Acredito mesmo que não foi um mecanismo inocente para realçar as falhas dos sistemas partidários à esquerda com uma intenção muito clara de tocar nas feridas organizacionais do BE. Com a demissão de Ana Drago da Comissão Política do BE realça-se o sentimento de que esta esquerda já não é mais a esquerda da Política XXI e de que os vários fragmentos intrapartidários que sempre preocuparam a opinião pública retomam a ordem do dia. As pessoas estão mais curiosas com o que se passa com o Bloco e isso deve-se também ao surgimento do 3D ou do recém-criado Livre. Fica-se com a sensação de que os clichés contra os quais sempre se lutou - os rótulos de “partido de protesto” e não “partido da ação” – são afinal realidades que a Plataforma Socialismo de Louçã e Semedo fazem viver na realidade política das forças de oposição. Espera-se o prometido novo sujeito político da esquerda. Está ele numa orgânica renovada como é a do partido de Rui Tavares?

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