Ei, ver este vídeo (post anterior) do QT a dizer "eu baseio os meus filmes em filmes que vi em criança" fez-me reflectir sobre algo - embora na realidade o vídeo é hilariante por causa da forma agressiva como QT responde e como vive em fidelidade aos valores que transmite na sua criação :D.
O filme Patrick de 1978 de Richard Franklin conta a história de um homem que fica em estado de coma depois da morte da mãe e do amante por choque eléctrico enquanto tomavam banho de imersão. A sua única acção é cuspir de forma involuntária (cena que relembra largamente o momento em que a Uma Thurman acorda e cospe do coma no Kill Bill, nítida influência).Quando uma jovem enfermeira se muda para o hospital onde se encontra Patrick, ela começa a sentir que o enfermo comunica com ela através de poderes telepáticos e influencia acontecimentos na sua vida. Obras destas suscitam a curiosidade de ver mais filmes desta época de Australian New Wave. Mas fica a questão, será que viver o retro tem que acartar por definição uma relação com uma experiência que nos faz eco porque a atravessámos no passado e sentimos nela uma nostalgia latente, uma reminiscência sensorial que nos toca ou numa época em que a maturidade cognitiva e de pensamento das novas gerações tem que ultrapassar uma localização espacial e temporal, “redescobrir” fará todo o sentido?
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