2012! Yey! Será que este ano vai fazer com que eu volte a frequentar salas comuns de cinema? Depois de êxitos como o The Hangover parte dois a ter uma adesão massiva por parte das pessoas demonstrando uma profunda decadência dos padrões do consumidor de cinema ou coisas como New Year’s Eve, a única conclusão a tirar era a de que, definitivamente, é preferível ler livros!
Mas sou uma pessoa de fé e sou uma pessoa com um fetiche particular pelo Robert Donwey Jr., o que me fez ir ver a sequela do Sherlock Holmes de Guy Ritchie. Embora sob pré-aviso de que nada da profunda capacidade dedutiva e inteligência do mítico detetive de Conan Doyle iria estar presente mas a fotografia, o elenco, o enquadramento temporal e o facto de ter apreciado o primeiro são motivos suficientes para pagar bilhete já com acréscimo do IVA para 13% e um ecrã nem digital nem numérico na Castello Lopes. Ser aceitável é de facto o limite para que um filme me entretenha sem me irritar ou entediar e pensei que provavelmente a sequela aperfeiçoaria aspetos que no primeiro não foram bem conseguidos.
Contudo, Sherlock Holmes 2 desaponta em praticamente tudo. O Downey Jr. começa o filme a lutar kung-fu e acaba-o disfarçado com o padrão de um sofá, dados algo explicativos do desinteresse do filme. E que o filme toma liberdades em relação à figura do detetive é realmente o mínimo mas no fim do século XIX ainda não se praticava kung-fu em Londres, lamento. É um filme cheio de lacunas e coisas largadas simplesmente ao absurdo em termos de coerência interna da história.
Depois de dois séculos de policiais qual é a necessidade de fazer uma estrutura de suspense tão fraca, tão incoerente e tão pouco envolvente? Nenhum dos atores conseguiu criar carisma nos seus personagens apesar do tremendo esforço.
Gostei de ver o trailer do Millenium do David Fincher apesar de questionar a capacidade de colocar em cinema um livro como este, isto porque me questiono se é possível reduzir o interesse da saga Millenium a uma história central principal quando esta se compõe de interesses de detalhe, presente nos livros. Aliás, o trailer do filme, só com a banda sonora e sem diálogo é como se nos fosse contar uma coisa que já conhecemos mas que só queremos ver um pouco mais glorificada de alguma maneira. Fica assim lançado o mote para um 2012 com melhor cinema, mais RDJ e Jude Law – as cenas homoeróticas estavam muito bem - mas mais dinheiro gasto em criatividade e menos em efeitos especiais, por favor! Senão vou ter que condenar o cinema a fãs de Hangover e New Year’s Eve, coisas que apenas me fazem perder a fé na humanidade.
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